quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Senão x se não


Sempre que estou escrevendo no Facebook, tenho dúvidas... Resolvi tirá-las (ou tentar) e compartilhar com vocês!


Senão X se não


A gramática nos ensina que “senão”, numa só palavra, estabelece relação de adversidade e pode ser substituído por “caso contrário”, “a não ser”, “mas” e “mas sim”. Exemplos:

1. Ande logo, senão (= caso contrário) chegaremos tarde.

2. Não fiz isso para irritá-lo, senão (= mas) para motivá-lo.

3. Não víamos na época outra opção, senão (= a não ser) utilizar o viaduto.


“Senão” pode ser também substantivo, caso em que significa “defeito”, “falha”. Exemplos:

1. Não há um senão naquele bolo.

2. Seus muitos senões atrapalham-no.


A forma em duas palavras, “se não”, estabelece relação de condição e equivale a “caso não” e “quando não”. Exemplos:

1. Se não chover (= caso não chova), irei ao bar.

2. Vamos vacinar 90% das crianças, se não (= quando não) todas.

3. Se não (caso não) fosse ele, esta região seria muito pobre.

4. O que seria a ficção se não (caso não fosse) a realidade com sentimento de culpa?


Espero ter contribuído... E vou parar por aqui, senão essa conversa vai até amanhã de manhã!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Mancha Verde - Uso do Particípio

Há um imbróglio no Campeonato Brasileiro da Série A, envolvendo os poderosos Internacional - RS e Palmeiras - SP.
O clube paulista pede a anulação da partida, por causa da decisão do árbitro de anular um gol com a mão do atacante argentino Barcos, do próprio reclamante.
O Palmeiras alega que o juiz consultou o pessoal da TV para ter certeza de que o gol foi mesmo com a mão, ou não. E pelo regulamento oficial da FIFA, não se pode alterar uma decisão de jogo, baseado em qualquer artefato tecnológico...

Por incrível que pareça, isso não é importante...


Importante mesmo, e quase inacreditável, foi a reportagem do jornal Diario de Pernambuco, de quinta-feira (01.11.2012), com o título MANCHA VERDE, uma matéria muito boa, e detalhada, sobre essa polêmica do Campeonato Brasileiro.


No segundo tópico, com o subtítulo "A alegação do Palmeiras", nas últimas linhas, o repórter solta essa: "Há ainda a possibilidade de utilizar o relato de uma repórter que teria confirmado que o gol havia sido marco mesmo com a mão"


Na Gramática da Língua Portuguesa, temos dois tipos de particípio: o regular e o irregular. Nem todos os verbos gozam do prazer de possuir os dois. A maioria dos verbos só tem um.


Vejamos alguns exemplos:


O árbitro tinha aceitado o gol, mas depois o gol não foi aceito.


O povo tinha elegido o candidato. Ele ficou feliz por ter sido eleito.


Percebeu? Com os verbos ter e haver, usa-se o particípio regular (aquele terminado com as desinências -ado e -ido). Já com os verbos ser e estar, usa-se o particípio irregular ( como o nome sugere, não está marcado por uma desinência, mas diferentes desinências).


O verbo marcar, usado absurdamente no texto, não possui particípio irregular, portanto deveria ser escrito em sua forma regular, assim: "...  que o gol havia sido marcado mesmo com a mão."


E se você pensa que só acontece com o coitado do repórter do Diario de Pernambuco, cuidado: muitos mortais caem nesta armadilha... Já ouvi muita gente dizer que "tinha chego" ou que "tinha compro"...


Já sobre o Palmeiras, essa mãozinha indecente do Barcos não vai dar em nada... Vamos lá, Verdão, rumo à série B. 

sábado, 9 de junho de 2012

Escrito e Inscrito

Essa é do globoesporte.com (ver matéria completa no endereço: http://globoesporte.globo.com/pe/noticia/2012/06/sport-confirma-interesse-em-dois-jogadores-do-corinthians.html).  Faz tempo que eu vejo vários deslizes na página inicial do globoesporte.com/pe. Já avisei um monte de vezes ao pessoal da edição pra galera prestar mais atenção. O objetivo aqui não menosprezar ou denegrir a imagem do site, que é o melhor do Estado, junto com o Blog do Torcedor, quando o assunto é futebol. Mas pedir um pouco de respeito aos leitores. Sabemos que a mídia escrita, principalmente na web, precisa de rapidez, para que seus leitores fiquem informados o mais rápido possível. Mas sabemos também que QUALIDADE é essencial... Pelo menos para mim. Principalmente quando sei que a empresa responsável pelas informações é a mais respeitada do país, e uma das maiores do mundo.

Vamos ao texto em questão

 Na linha 2 do segundo parágrafo, achei essa pérola: "O diretor adjunto de futebol corintiano, Duilio Monteiro Alves, não descarta negociá-los com o Leão, podem só depois da Libertadores." Tudo bem... O digitador trocou o "r" pelo "d"? Não foi só isso... Se fosse isso ele escreveria "podém". Ele trocou o verbo pela conjunção mesmo!

Mas o motivo desta minha publicação não foi o citado acima, mas o que está ESCRITO na penúltima linha: " Com a camisa do Corinthians, o atleta marcou apenas um gol e mesmo escrito na Libertadores ainda não foi utilizado na competição."
É que o verbo mudou o sentido do texto. Ao usar o verbo ESCRITO, no lugar de INSCRITO, o repórter disse que o atleta está na lista do clube paulista para disputar a Libertadores (ou seja, tem seu nome ESCRITO lá). Mas em momento algum ele diz que o atleta está em condições legais de disputá-la (INSCRITO). E sendo assim, poderia ser liberado para o SPORT!

É amigo, eu sei que não é muito bom ser corrigido, mas respeito é bom e eu gosto!